19 de outubro de 2012

Destemida

Destemida

Sou louca, mas não sou tanto
Sou tanto que às vezes me esqueço
Só não esqueço porque canto
Não canto tanto porque pouco apareço
Não sou veneno, mas me mato aos poucos
Tão pouco tempo e perto de tudo sou tão pequeno
Meu único terreno próprio é meu instinto de louco
Loucura de imaginação me torna tão sereno
Inconstância tão perpétua e incessante
Cesso apenas meu desejo de cobrar
Cobro tanto que me faço desinteressante
Por estar tão preso nesse corpo que me faz falhar

Admito que eu seja muito esquisita
Só não sou esquisita porque me visto de característica
Só sou diferença porque preciso de algo que insista
Persistir em acreditar que vale

Utopias, cirandelas, fantasias...
Magistras, cinderelas, poesias...

Tudo que me faça ter força todos os dias
                E ter a certeza de que unidos somos mais do que tudo aquilo que eu queria.

                                                                                                                                 Clarice Rosa Rebelo 19 de Outubro de 2012

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